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Covid-19 mata vice-prefeita, 3º político em MS; Capital tem mais 8 mortes e 101% de lotação de UTI
A pandemia da covid-19 matou a vice-prefeita de Inocência, Neusa Dias Junqueira, 58 anos, do PSDB, terceiro político a perder a vida para a doença em Mato Grosso do Sul. Conforme o boletim divulgado neste domingo (9) pela Secretaria Estadual de Saúde, a Capital teve mais oito mortes e está com 101% das vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupadas. Os números elevam a pressão sobre a Justiça, que decide nesta semana sobre a decretação do lockdown por 14 dias.
No estado, com a confirmação de mais 17 óbitos, o número de mortes passou de 492 para 509 hoje. Com mais 637 casos, o total de diagnósticos positivos saltou de 30.707 para 31.344 em MS. Campo Grande lidera o ranking, com quase 13 mil doentes. No município, o número de testes positivos passou de 12.493 para 12.934, registrando mais 441 novos, só abaixo do recorde registrado no domingo passado.
A angústia do campo-grandense está longe do fim. Conforme o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, a taxa de ocupação de leitos de UTI na macrorregião de Campo Grande superou 100%. Ele informou que 101% dos leitos estão ocupados. A falta de vaga em UTI na Capital foi destaque do Jornal Nacional, da TV Globo, neste sábado, quando funcionários da Santa Casa usavam ambu, ventiladores manuais, para manter os pacientes vivos.
Campo Grande teve mais oito mortes confirmadas neste domingo, elevando o total de 176 para 184. Resende enfatizou também que 30% dos testes na Capital estão dando positivo para covid-19, o que significa que a pandemia segue fora de controle no município. Ele defendeu a implementação de medidas mais restritivas, como as recomendas pelo Proseguir.
A secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, enfatizou que o programa tem o aval da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde). Os números da Capital elevam a pressão sobre o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, que deverá assumir a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos nesta segunda-feira (10), segundo José Henrique Neiva de Carvalho e Silva.
A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul pede a decretação de lockdown por 14 dias em Campo Grande para frear a pandemia e evitar mais mortes. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) é contra porque considera a situação sob controle. Ao contrário da Secretaria Estadual de Saúde, o município destaca que a taxa de ocupação de UTI está em 86%. Além disso, a prefeitura diz que os ventiladores estão desocupados nas unidades de saúde.
Sesau contesta Estado e diz que 84% dos leitos privados e públicos estão ocupados
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) divulgou o monitoramento para contestar os dados divulgados pelo Estado. De acordo com a pasta, 84% dos leitos de UTI públicos e privados estão ocupados na manhã deste domingo (9).
Das 248 vagas disponíveis na rede pública, 93% (230) estão ocupados, conforme o município. Em alguns hospitais, como El Kadri (29%) e Proncor (20%) estão baixa taxa de ocupação.
“Nos últimos quatro meses o houve um aumento de mais de 140% na quantidade de leitos de UTI contratualizados em hospitais públicos, privados e filantrópicos, saindo de 116 para 226. Nesta próxima semana outros 20 leitos de UTI serão ativados, sendo 10 no Hospital Adventista do Pênfigo, e 10 no Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS). Recentemente o município recebeu 40 ventiladores pulmonares do Ministério da Saúde, 10 já estão em utilização e 30 deverão ser utilizados para a abertura de novos leitos”, destacou, em nota.
A situação não preocupa apenas em Campo Grande. Neste domingo, o prefeito de Inocência, José Arnaldo Figueiredo (PSDB), anunciou, com pesar, a morte da vice-prefeita da cidade, Neusa Dias Junqueira. Ela apresentou os sintomas há dez dias e estava internada em Três Lagoas.
A morte da tucana é a primeira morte em Inocência, que já confirmou 29 casos da covid-19. Neusa foi vereadora por três mandatos e era feirante na cidade.
Neusa é a terceira política a morrer em decorrência da pandemia em Mato Grosso do Sul. O primeiro foi o ex-prefeito de Brasilândia, José Francisco Marques Neto, 87 anos. Ele morreu no dia 22 de abril deste ano em Três Lagoas.
No dia 31 deste mês, a doença matou o vice-presidente da Câmara Municipal de Terenos, José Agostim Acosta Neto, o Zé Corin, do PSDB. Ele estava com 67 anos.
Outros políticos foram acometidos pela pandemia, mas tiveram um final feliz, como o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB), o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), o deputado estadual Neno Razuk (PTB), a prefeita de Dourados, Nélia Razuk (PTB), o vereador de Campo Grande, Odilon Júnior (PSD), o secretário estadual de Fazenda, Felipe Mattos, o senador Nelsinho Trad (PSD), e o ex-secretário municipal de Infraestrutura, João Antônio De Marco.
O deputado estadual Coronel David (sem partido) contraiu a doença e está internado no Hospital El Kadri desde a semana passada.
(dados atualizados às 14h24 deste domingo, 9, para incluir dados da Sesau)
Fonte: Ojacaré