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MS integra grupo de 7 Estados que registram aumento nos casos de coronavírus

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Mato Grosso do Sul segue movimento oposto de outros 14 Estados, nos quais há tendência de queda no volume de infectados

Mato Grosso do Sul está no inglório grupo de 7 Estados brasileiros que registram aumento no volume de casos e internações decorrentes do novo coronavírus (Covid-19), que estão na contramão de outros 14 onde há tendência de queda nesses números. A diferença entre esses Estados, conforme especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, está nas regras de isolamento social –mais rígidas naqueles que começaram a “controlar” o aparecimento de novos casos.

Os dados foram contabilizados pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) entre 7 e 13 de junho e divulgados pela BBC Brasil. Para os 14 Estados em tendência de queda, as medidas de distanciamento social ajudaram a evitar que mais casos de Covid-19 aflorassem. Entre eles, estão localidades que viveram o caos a Saúde, como Amazonas e Pernambuco.

Têm tendência de alta de casos de coronavírus, ou sinais disso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe e o Distrito Federal. Outros 6 Estados apresentam sinais de estabilização –Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão e Roraima.

Já Amazonas, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins apresentam tendência de queda ou já vivem a retração nos casos de coronavírus.

Os dados da Fiocruz envolvem os registros de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) entre 7 e 13 de junho. Desses registros, estima-se que 98% representam casos de Covid-19. De janeiro a junho, forma mais de 315 mil internações, conforme o InfoGripe –acima dos 202 mil registrados em todo o ano de 2009 e relativos à pandemia de H1N1.

Apenas em relação ao coronavírus, Mato Grosso do Sul fechou a sexta-feira (19) com 4.666 casos confirmados e 41 mortes.

MS é o Estado com menos leitos hospitalares ocupados

A crescente ocupação de leitos hospitalares em Mato Grosso do Sul –que já chega a 14% em relação aos leitos clínicos e de 20% dos de UTI– ainda não foi suficiente para tirar o Estado da primeira posição em vagas disponíveis.

Ao menos 8 Estados apresentam taxa de ocupação de UTIs superior a 80%: Acre, Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.

A BBC lembra que, em geral, 13% dos pacientes infectados pela Covid-19 precisam ser internados, sendo 30% deles em UTIs. Conforme levantamento da Amib (Associação de Medicina Intensiva do Brasil) feito com 16 mil pacientes de cerca de 450 hospitais públicos e privados de março a maio, o tempo médio de internação de pacientes de Covid-19 é de 10 dias, sendo que 34% desse volume precisa de mais de uma semana de terapia intensiva.

A cada 100 pessoas internadas, 44 têm mais de 65 anos e 74 têm comorbidades. Um quinto dos pacientes da UTI não resiste ao coronavírus.

A Amib também aponta que as mortes por SRAG neste ano são 10 vezes maiores que a média histórica, o que indicaria que há 29 mil mortes a mais que as 46 mil relatadas até a manhã desta sexta-feira (19), reforçando a tese de subnotificação de casos no Brasil.

Taxa de ocupação hospitalar deve ser analisada com cautela

A Fiocruz sustenta que os dados sobre ocupação hospitalar devem ser pesados por todos os órgãos públicos ao decidirem sobre reabertura e fechamento do comércio. Isso porque a variação pode ser rápida: em uma semana, o Hospital Geral de Rondônia viu a lotação subir de 71% para 110%.

Além disso, altas taxas de ocupação no Estado podem representar falta de vagas hospitalares em determinadas regiões. No Rio Grande do Norte, por exemplo, a taxa média de ocupação de leitos foi de 80%, mas 10 dos 12 hospitais que atuam na pandemia tinham 100% das camas ocupadas.

Situação semelhante teria ocorrido no Ceará, onde a ocupação caiu de 91% em 24 de maio para 72% em 17 de junho, porém, 7 hospitais tinham mais de 95% dos leitos ocupados.

“Do ponto de vista epidemiológico, flexibilização das medidas de distanciamento social facilitam a disseminação de vírus respiratório e, portanto, podem levar a uma retomada do crescimento do número de novos casos”, destacou boletim da Fiocruz.

O Ministério da Saúde contabiliza 18,5 mil leitos de UTI adulto no SUS e 15,7 mil na rede privada –que pode ter vagas contratadas em caso de superlotação na rede pública, algo que modelos matemáticos apontam que podem ocorrer em julho, como estudo feito pela Universidade de Washington (EUA).

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) elaborou variáveis que apontavam, em Campo Grande, risco de sobrecarga no sistema de saúde em agosto, caso a crescente no volume de casos de coronavírus não fosse freada.

Quanto a ocupação de leitos, embora seja percentualmente baixa em todo o Estado, ela é mais sentida na região da Grande Dourados –embora hospitais particulares de Campo Grande também apontem sobrecarga no sistema e cogitem abrir mais vagas.

Fonte: Midiamax

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