Brasil
Primeiros caças F-39E Gripen operacionais da FAB desembarcaram no Brasil
Os dois primeiros caças Saab F-39E Gripen operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB) desembarcaram no porto de Navegantes (SC) no último sábado (2), após uma viagem de navio iniciada em Norrköping, na Suécia, que durou 20 dias.
Na sequência, as aeronaves foram rebocadas pelas ruas de Navegantes até o aeroporto da cidade, de onde seguirão voando ainda nesta segunda-feira (4) até o Centro de Ensaios em Voo do Gripen, localizado na sede da Embraer em Gavião Peixoto (SP). A próxima etapa consiste na certificação militar dos jatos, que será confirmada após ensaios de voo com pilotos da FAB, Embraer e Saab.
Mais adiante, os caças serão incorporadas à frota do 1º Grupo de Defesa Aérea, o “Esquadrão Jaguar”, que fica baseado em Anápolis (GO). A FAB ainda não definiu uma data para a estreia operacional dos novos vetores.
Até o fim deste ano, é esperada a chegada de mais quatro caças F-39E Gripen ao Brasil importados da Suécia. Ao todo, a FAB encomendou 36 aeronaves, sendo 28 modelos monopostos (F-39E) e oito bipostos (F-39F). O acordo, fechado em 2014, é avaliado em 39,3 bilhões de coroas suecas (R$ 19,7 bilhões na cotação atual).
As aeronaves recém-chegadas em Santa Catarina são diferentes do primeiro caça Gripen que desembarcou em Navegantes em setembro de 2020. Este modelo é uma unidade FTI (Flight Test Instrumentation), destinada a testes de desenvolvimento no Brasil como parte do acordo de transferência de tecnologia de construção do caça para a indústria nacional.
Transferência de tecnologia supersônica
O Gripen é a primeira experiência da indústria brasileira e de toda América Latina na construção de um caça supersônico. Das 36 aeronaves encomendados pela Aeronáutica, 15 delas (oito modelos monopostos e sete bipostos) serão produzidas integralmente no Brasil.
A linha de montagem nacional do Gripen ficará concentrada na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP). No futuro, a FAB poderá encomendar novos lotes de aeronaves produzidas localmente. O modelo brasileiro também pode ser envolvido em acordo de exportação, sobretudo para outras nações na América Latina.
Nos próximos anos, os Gripen vão assumir os posto do antigos caças F-5 Tiger, que voam com as cores da FAB desde a década de 197o, e também a vaga dos caças-bombardeiros A-1 (Embraer AMX).