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Brasil

Vacina de Oxford tem 70% de eficácia já na 1ª dose, diz pesquisadora

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A vacina contra covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a Astrazeneca e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), demonstrou eficácia de 70% já após a aplicação da 1ª dose, segundo afirmou Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos ensaios clínicos desse imunizante no Brasil.

A vacina da Oxford já foi aprovada para uso no Reino Unido, na Índia, no México, no Marrocos, na Argentina, no Equador e em El Salvador. Mais de 1 milhão de doses já foram aplicadas. O imunizante deve começar a ser aplicado na população brasileira na semana que vem.

Na 6ª feira (8.jan.2021), a Fiocruz apresentou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o pedido de autorização para uso emergencial e em caráter experimental do imunizante da Oxford.

“A vacina demonstra uma eficácia de 70% com uma dose, e desde o início nós apostamos que essa era uma vacina de uma dose… Nos testes no Reino Unido, demos a 2ª dose com um intervalo maior, vacinamos com intervalos de até 12 semanas. Lá, mais de 8.000 pessoas entraram no grupo que recebeu a 2ª aplicação após mais de 8 semanas. Não tínhamos essa análise totalmente detalhada em novembro, para a 1ª publicação… Mas o estudo continua e, com a análise desses dados, já submetemos esse intervalo para aprovação no Reino Unido, onde isso consta na bula”, explicou Clemens ao jornal O Globo.

Ela explicou que os ensaios demonstraram que um intervalo maior leva a uma eficácia também maior.

“Você dá uma dose, o seu sistema começa a desenvolver uma resposta imune, e a resposta cresce com a 2ª, para mais de 80% de proteção”, afirmou.

“Quando a gente dá a 2ª dose depois de 4 a 6 semanas, a eficácia cai, porque a 2ª dose inibe a estimulação do sistema imune. Quando você espaça as doses, você aumenta a estimulação do sistema imune, ou seja, o sistema imune tem tempo para deslanchar, criar anticorpos e depois você dá o reforço e sobe a imunidade humoral. Acho que a estratégia do governo será essa. Dar o reforço com 3 meses.”

A pesquisadora afirma que o problema, em muitos casos, é não ter fornecimento suficiente de vacinas para aplicar a 2ª dose.

“Muita gente critica o nosso país por não ter começado a vacinação —mas muitos começaram para dizer que estão fazendo, sem estratégia. Vários países da Europa estão preocupadíssimos porque receberam doses de determinada marca, vacinaram uma parcela da população, e estão sem doses para continuar. E, com a vacina da Fiocruz, ficou demonstrado que com uma dose ela já faz a imunização primária, você está protegido em 70%. As outras vacinas só mostram eficácia depois das duas doses. A nossa começa a produzir imunidade celular em 15 dias, e em 28 dias, a imunidade humoral.”

Clemens ressaltou que a vacina da Oxford é segura.

“A conquista dessa vacina se deve também ao Brasil, que contribuiu com mais de 10.000 voluntários para os testes… A quem tem medo: o melhor é olhar os dados, os fatos… É uma vacina segura, e que pode ajudar, junto a outras vacinas, a tirar o mundo desse caos”.

A vacina da AstraZeneca/Oxford é a principal aposta do governo brasileiro, que já comprou 100 milhões de doses por R$ 1,9 bilhão. Os recursos foram liberados por meio de uma medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que foi aprovada no começo do mês pelo Senado. No Brasil, a substância será produzida pela Fiocruz.

O imunizante tem eficácia global superior a 90% e a dose custa US$ 3,16. É mais barato, por exemplo, que as vacinas da Pfizer/BionTech (US$ 19,50) e da Sinovaci/Butantan (US$ 10,30).

FONTE: CONTEUDOMS

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