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Discurso do Vice-Presidente da República Inauguração das novas instalações da EACF
Representando o Presidente Jair Bolsonaro nesta cerimônia de inauguração das novas instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz, saúdo todos os presentes: autoridades, visitantes, pesquisadores, representantes das nações amigas e, particularmente, os civis e militares que sustentam, na última fronteira do planeta, a contribuição do Brasil para a paz mundial, o desenvolvimento da ciência e a cooperação internacional, no marco do Tratado da Antártica.
A ocasião é de júbilo, de reconhecimento e de homenagem.
Júbilo com o resultado, evidente aos nossos olhos, da reconstrução dessas instalações, as quais, mais do que renovadas, ressurgem ampliadas, com 17 (dezessete) laboratórios de pesquisa, cujo formato e linhas despertam admiração no mundo. As novas instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz caracterizam o avanço da presença do Brasil neste meridional continente, um avanço qualitativo expresso no compromisso do governo federal com o desenvolvimento de atividades científicas ligadas às questões climática e ambiental. A partir de agora, o Plano de Ação da Ciência Antártica para o Brasil até 2022 terá melhores condições para desenvolver programas científicos que aumentem a participação brasileira no Sistema do Tratado Antártico, o que envolve, além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da Fundação Osvaldo Cruz, 13 (treze) universidades brasileiras, contando atualmente com mais de 250 (duzentos e cinquenta) pesquisadores.
Além da satisfação que compartilhamos, o momento é também de reconhecimento.
Reconhecimento da perseverança de nossa Marinha que atua, desde 1982, como elemento operativo da política nacional para a Antártida mediante: o emprego do navio de apoio oceanográfico Barão de Teffé; a instalação, em 1984, da Estação Antártica Comandante Ferraz; o emprego dos navios de apoio oceanográfico Ary Rangel, em 1994, e Almirante Maximiano, a partir de 2009; helicópteros, guarnições e tripulações que navegando “nesse mar imenso, finda a derrota, voltam à Pátria do coração, certos de terem cumprido a missão”. Reconhecimento também às instituições de ensino e pesquisa que, ao longo desses quase quarenta anos, empenharam recursos e alguns de seus melhores quadros nas atividades científicas que garantem a participação do Brasil nas reuniões no âmbito do Tratado da Antártida e, por conseguinte, nas deliberações sobre o futuro da região, bem como aprimoraram as previsões de tempo e de clima para o Brasil e a América do Sul.
Finalmente, esta inauguração se reveste com as características de homenagem.
Homenagem ao pesquisador Antônio Carlos de Rocha Campos, importante colaborador de primeira hora na implantação do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e único sul-americano a presidir o Scientific Committee on Antartic Research (SCAR), cujo nome será dado à ala de laboratórios desta estação, em ato conduzido pelo Ministro Marcos Pontes. E, de uma forma especial, aos militares da Marinha do Brasil, os então Suboficial Carlos Alberto Figueiredo e 1o Sargento Roberto Lopes dos Santos que morreram combatendo o incêndio que sinistrou a Estação na madrugada de 25 de fevereiro de 2012. Sua bravura concedeu tempo e condições para que materiais e vidas se salvassem, porém, mais do que tudo, legou-nos o exemplo de dever e cumprimento da missão que os seus filhos, o 1o Tenente PMBA Marco Vinicius Costa Figueiredo e a Cabo MB Aline Colares dos Santos assumiram, tanto pela escolha da profissão, como simbolicamente, na recepção dos livros de registro onde está a vida de dedicação de seus pais à gloriosa Marinha do Brasil.
Encerrando essa cerimônia, lembro que a presença do Brasil na Antártida, reafirmada nesta inauguração, demandou muitos trabalhos, recursos e sacrifícios. Que eles inspirem a continuidade dos esforços dos novos pesquisadores em prol do conhecimento que contribuirá para o desenvolvimento de nosso país.
Muito obrigado!
Estação Antártica Comandante Ferraz, 14 de janeiro de 2020