Brasil
Bolsonaro promete se reunir com Conselho da República
O presidente também fez novas ameaças ao STF, dizendo que quem não seguir a Constituição vai ter que se “enquadrar” ou “pedir pra sair”
Willian Matos e Evellyn Luchetta
redacao@grupojbr.com
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (7), durante os atos de seus apoiadores, que se reunirá com o Conselho da República na quarta (8). O Conselho tem como finalidade se pronunciar sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio, bem como a estabilidade das instituições democráticas.
Bolsonaro disse aos apoiadores em Brasília que vai viajar a São Paulo para as manifestações marcadas para esta tarde e retorna amanhã para se reunir com o Conselho “com essa fotografia de vocês, mostrar para onde nós todos devemos ir”.
O Conselho da República é formado por Bolsonaro e os seguintes membros:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados, designados na forma regimental;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal, designado na forma regimental;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – 6 (seis) cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 (trinta e cinco) anos de idade, todos com mandato de 3 (três) anos, vedada a recondução, sendo:
a) 2 (dois) nomeados pelo Presidente da República;
b) 2 (dois) eleitos pelo Senado Federal: e
c) 2 (dois) eleitos pela Câmara dos Deputados.
Bolsonaro também aproveitou para fazer novas ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente disse reconhecer o valor de cada poder da república, mas quem não seguir a Constituição Federal vai ter que se “enquadrar” ou “pedir pra sair”.
Sem se referir diretamente a nenhum ministro ou instituição, o chefe do executivo seguiu ameaçando indiretamente o STF. “Ou o chefe do poder [o ministro Luiz Fux] enquadra o seu, ou esse poder [Supremo Tribunal Federal] pode sofrer aquilo que nós não queremos”, ameaçou.
No discurso, o presidente também proferiu ameaças a governadores e prefeitos, afirmando que eles obrigaram as pessoas a ficarem em casa como medida de prevenção à pandemia de covid-19. “Alguns governadores e prefeitos simplesmente ignoraram dispositivos funcionais, como os incisos do artigo 5º da Constituição. Muitos foram obrigados a ficar em casa. Perderam o direito de ir e vir, do trabalho”, declarou.
Fonte:https://jornaldebrasilia.com.br