Funkeiro proibido de cantar pelo pai lança seu primeiro videoclipe

A vida começou cedo para João Carlos Martins Junior. Nascido e crescido em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, o jovem sempre esteve inserido dentro da música de alguma forma. “Desde criança a música se faz presente. Cresci dentro de eventos que meu pai realizava no bar que ele tem na Villa Nasser. Mas por ser uma cidade pantaneira, a predominância é do sertanejo”, comenta. João Carlos ajudava o patriarca cuidando do caixa do estabelecimento enquanto ouvia seu pai cantarolando, mas naquela época, o futuro cantor não arriscava nota alguma, pois não era fã do sertanejo e ainda não havia conhecido o funk.

Em meados de 2011, João Carlos começou a se familiarizar com o universo do funk. Mc’s como Daleste, Catra, Bola Neguinho do Kaxeta e Guime começaram a servir de inspiração para o jovem: o jeito de falar, de ser, de se vestir e a melodia era algo marcante. Na época, o funk era chamado de ostentação. Durante essa época, enquanto estava estudando, João Carlos já duelava rimas com amigos na hora do recreio, mas era só por diversão, nada profissional. Em 2016, a grande inspiração para cantor veio com o Mc Hariel e foi aí que começaram as brigas com o pai. “Depois de ter ido em um dos shows dele escondido, meu pai até brigou comigo. Me proibiu de andar com vários amigos. Ele sempre me proibiu de estar de estar no meio da molecada com medo de eu me envolver com drogas ou coisas erradas”, relata e complementa “fiquei um tempo sem cantar. Só ouvia mesmo o Mc Hariel que passou a ser meu ídolo”.

“Eu como pai, tinha muito medo do meu filho se envolver com coisa errada, pois ele ficava muito tempo na rua com os amigos, e o mundo anda muito perigoso, então. É difícil a gente deixar os nossos filhos, principalmente menor de idade fazer tudo o que queria. Mas como esse é realmente o sonho dele, eu estou aqui para apoiar”, orgulha-se o pai João Carlos Martins.

A virada veio em 2017 quando o aspirante a cantor começou a pensar em ser igual ao seu ídolo. “Queria então cantar um funk consciente, escrever letras baseadas nas composições dele, com mensagens positivas e nada pejorativo”, lembrou. E mesmo sendo contrariado pelo pai, que queria que o filho fosse cantor sertanejo, começou escrever a sua história. “No começo, eu chegava a pular o muro de casa para ir na casa de um amigo chamado Carlos, que na época rimava comigo”.

Foi questão de tempo para que o pai pudesse aceitar a trajetória e o gosto musical do filho, tanto que cedeu o bar para realizar o primeiro show da carreira. Agora com a alcunha de Mc Martins. “Tive o incentivo do meu tio que também é músico, mas do sertanejo. Ele me incentivou a cantar ao vivo, subir no palco e então eu fui”, lembra Mc Martins com brilho nos olhos. No repertório, músicas que estavam estouradas no país fizeram com que todos aplaudissem o jovem.

Depois do primeiro show com repertório de outros Mc’s, chegou a hora do João Carlos compor a sua primeira música. “Aí veio a Opa Opa Epa Epa, disponível no Spotify – streaming de música – criada, composta e gravada em um estúdio perto de casa. Meu primo Elvis Martins, que hoje é o diretor do meu clipe que vou lançar, foi o responsável pela foto de divulgação daquela época. Ele me deu uma linha e uma pipa. Mas, naquela época eu ainda não estava focado em ser profissional. Cantar para mim era diversão e só”, lembra.

Frase do MC Ryan que é fã – Foto: Elvis Martins

Passado alguns anos, o amadurecimento veio. Hoje, com 18 anos e reconhecido como Mc Martins, o jovem cantor se prepara para levantar voo e ir para São Paulo. Mas antes, ele deixa um presentinho para os fãs e para quem quer ouvir música funk de qualidade. A música, Medley, que fala sobre amizades e sonhos terá seu clipe lançado oficialmente às 18 horas desta quinta-feira, dia 08. Clipe dirigido pelo primo Elvis Martins foi gravado em vários pontos da Cidade Morena. Vale a pena assistir. Para ver o clipe por primeiro, acesse o canal e se inscreva.

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Fonte: https://www.itnewsms.com.br