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Hospitais de Campo Grande afirmam que estoque de oxigênio não corre risco de acabar
A empresa White Martis, responsável pelo abastecimento em Manaus, também abastece os principais hospitais de Campo Grande
Principais hospitais atuantes no combate ao coronavírus em Mato Grosso do Sul informaram que possuem estoques suficientes de oxigênio e que não há risco de faltar, como aconteceu em Manaus, capital do Amazonas.
A cidade registrou nos últimos dias aumento significativo no número de casos de Covid-19, os serviços de saúde estão com dificuldades de atender a forte demanda, falta oxigênio e foi registrado uma nova variante do coronavírus. Veículos de imprensa locais avaliam a situação como desesperadora, pacientes estão dependendo de ventilação manual.
A empresa White Martis, responsável pelo abastecimento em Manaus, também abastece os principais hospitais de Campo Grande, como o Hospital Universitário e o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), referência para a Covid-19 no Estado.
Contudo, apesar da empresa ser uma só, cada região possui sua filial. A reportagem questionou sobre a possibilidade da filial de Manaus requisitar cilindros de Mato Grosso do Sul, mas a administração da empresa disse que não possui essa informação.
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O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende relatou que já solicitou um balanço para saber a situação do Estado. “Mas parece que estamos bem”, disse. Sobre a possibilidade de Mato Grosso do Sul enviar cilindros para Manaus, o secretário ressaltou que isso só será discutido após a gestão contabilizar os insumos existentes.
A presidente do HRMS, Rosana Leite informou que o hospital possui um “excelente” estoque de oxigênio e que “não vai faltar jamais”. De acordo com a profissional, a média do consumo diário de oxigênio é 2m³, o maior pico já registrado foi de 8m³.
A reposição do estoque é feito semanalmente pela White Martins, a médica afirmou que cada abastecimento é capaz de gerar oxigênio para os pacientes por 6 dias, mas não soube informar ao certo a quantidade que o tanque comporta, somente que é em torno dos 27 mil m³ e que a reposição é frequente.
“É tudo questão de planejamento, desde o início da pandemia nós viemos nos preparando, tanto é que a gente fez mudanças para se adequar a demanda. Mas temos contratos e atas vigentes, não vai ficar sem. No meu entendimento o que aconteceu em Manaus é inadmissível, foi falta de planejamento, oxigênio não acaba do dia para a noite”.
A Santa Casa também avaliou a situação como estável. Recentemente, houve um aumento no consumo dos cilindros na unidade, mas como o hospital possui um reservatório, não há indícios de desabastecimento. A quantidade exata de cilindros em estoque ainda está sendo levantada e não foi informada até a publicação desta reportagem.
O Hospital Universitário também ressaltou que não existem riscos do estoque de oxigênio acabar. De acordo com informações do Setor de Infraestrutura Física do Humap-UFMS, o consumo médio diário de oxigênio líquido do hospital nos últimos 30 dias é de 550 m³, ou seja, aproximadamente 16,5 mil m³ por mês.
O tanque da unidade tem capacidade de 19 mil m³, atualmente possui cerca de 8,5 mil m³. Quem controla o abastecimento também é a empresa White Martins, de acordo com o HU, nova reposição deve acontecer na próxima semana.
“Além disso, temos o backup de cilindros de oxigênio. São 32 cilindros de 10m³”, informou a assessoria.
Cilindros de oxigênio do Hospital Universitário – Divulgação
A Unimed Campo Grande relatou que trabalha com contingência, ou seja, conforme a demanda. A unidade segue normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 12188, que estabelece as normativas vigentes de sistemas centralizados de oxigênio, ar, óxido nitroso e vácuo para uso medicinal em estabelecimentos assistenciais de saúde.
A empresa responsável pelo reabastecimento é a Air Liquide, que renova semanalmente o reservatório da unidade conforme a demanda dos pacientes.
O Hospital Cassems foi procurado pela reportagem, mas não enviou os dados até a publicação.
Manaus
A filia da White Martis em Manaus emitiu uma nota onde diz que tem mobilizado esforços para suprir a demanda que aumentou em cinco vezes nos últimos 15 dias, alcançando um volume de 70 mil m³ por dia.
“Esse consumo equivale a quase o triplo da capacidade nominal de produção da unidade local da White Martins em Manaus (25 mil m3/dia) e segue crescendo fora de controle e qualquer previsibilidade”, alegou em nota a empresa.
Entre abril e maio de 2020, o consumo alcançou um pico de volume de 30 mil metros cúbicos por dia.
“Antes da pandemia, esta planta operava com 50% de sua capacidade e isso era suficiente para atender todos os clientes dos segmentos medicinal e industrial que somavam um consumo na ordem de 10 a 15 mil m3 por dia”.
Além disso, a empresa disse ainda que “já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e neste momento está atuando para viabilizar a importação do produto para a região”.
FONTE: CORREIO DO ESTADO