Mato Grosso do Sul
MS tem o pior desempenho do Centro-Oeste em ranking da Transparência Internacional
O Governo de Mato Grosso do Sul, sob o comando do PSDB de Reinaldo Azambuja desde 2015, ficou em último lugar na região Centro-Oeste no ranking no Índice de Transparência e Governança, elaborada pela primeira vez pela Transparência Internacional Brasil. Com 56,2 pontos, além de ficar na lanterna na região, o Estado ficou abaixo da média entre as unidades da federação, que foi de 64,2 pontos, e ficou com o conceito regular.
MS não tem a transparência alardeada pela atual administração há vários anos. Conforme a pesquisa, divulgada na terça-feira (5), o desempenho deixa muito a desejar e fica longe dos estados considerados exemplo no quesito de transparência na aplicação do dinheiro público, como Espírito Santo (90,4), Minas Gerais (90), Paraná (89), Rondônia (85,2) e Goiás (83).
“O pior desempenho do Mato Grosso do Sul, com a nota de 16,6 pontos, foi no quesito Dados Abertos, que verifica se os portais de transparência promovem visualizações de dados que facilitem o entendimento e manejo de informações pelos cidadãos”, destacou a organização internacional.
“A segunda e terceira piores dimensões avaliadas foram a de Participação, pontuando 42,9, que mede o quanto a administração pública está aberta à participação da sociedade, e a de Transparência Financeira e Orçamentária, com 53,1 pontos, onde é avaliado se o estado fornece transparência na administração e investimento do dinheiro público”, explicou.
“Esses resultados – sobretudo a dimensão relacionada aos portais de transparência, onde o estado teve seu pior desempenho – expõem uma realidade que é frequentemente enfrentada por cidadãos, assim como por ativistas e veículos de imprensa, que se deparam com a dificuldade de exercerem o controle social, ou mesmo investigações jornalísticas, por não encontrarem as informações públicas de modo transparente e acessível”, destacou, sobre a dificuldade da administração tucana em prestar informações sobre a aplicação do dinheiro do contribuinte sul-mato-grossense.
Um dos exemplos é o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que nem através da Assembleia Legislativa conseguiu informações sobre a aplicação do dinheiro destinado para o combate à covid-19 com propaganda. Até o Tribunal de Justiça negou pedido do parlamentar para obter informações detalhadas de onde foram gastos R$ 11,4 milhões na gestão de Reinaldo.
“Os resultados do Mato Grosso do Sul mostram que o estado ainda precisa fazer muito para cumprir obrigações básicas, especialmente em temas como participação, transparência e qualidade dos dados. A baixa pontuação, em meio a mais de 80 itens avaliados, demonstra a insuficiência das práticas e políticas adotadas no estado. A indisponibilidade de informações e mecanismos representa um grave risco à administração pública, já que impede o exercício do controle social e deixa o caminho livre para esquemas de corrupção”, explicou Vinicius Reis, pesquisador na Transparência Internacional – Brasil.
A Transparência Internacional não quer punir ninguém com a pesquisa, mas dar instrumentos para a sociedade cobrar os governantes maior transparência na aplicação do dinheiro público. O reflexo da precariedade na fiscalização é a ocorrência de sucessivos escândalos de corrupção, como desvios de dinheiro no Hospital Regional, no Detran, na compra de uniformes, na aquisição de cestas básicas, na concessão de incentivos fiscais, entre outros.
Fonte: O Jacaré