Campo Grande
Número de internados aumenta 46% em 15 dias
Em um período de 15 dias, a quantidade de pacientes internados com Covid-19 em Mato Grosso do Sul teve acréscimo de aproximadamente 46%. E este não é o único problema que a Saúde enfrenta neste momento. Enquanto a taxa de ocupação volta a se aproximar dos números registrados no pior momento da pandemia, a linha de frente sofre com a perda de médicos.
Conforme o boletim epidemiológico mais recente, o Estado acumula 183.105 casos da doença. Desses pacientes, 3.350 morreram, 170.948 estão recuperados e 8.156 estão isolados em casa.
Nos hospitais estão 651 pacientes, dos quais 345 ocupam leitos clínicos e 306 necessitam de cuidados intensivos.
No dia 15 de fevereiro, o número de hospitalizados era de 446, aumento expressivo considerando a limitação da assistência.
Concomitantemente, vários médicos que assinaram contrato com o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), referência no atendimento à doença no Estado, pediram para sair.
Segundo informações do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, o motivo é que nesse período do ano começam as residências na maioria dos hospitais do País, e muitos dos profissionais recém-formados acabaram partindo para as suas especializações.
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Rosana Leite de Melo, diretora do HRMS, disse ao Correio do Estado que desde o fim de janeiro houve 41 baixas funcionais. Eram profissionais que atendiam principalmente o pronto-socorro da unidade.
Apenas no último fim de semana, segundo ela, foram quatro desistências, tornando sábado e domingo dias bastante conturbados nos corredores da unidade.
FALTA DE MÉDICOS
Resende afirmou que o Estado pediu ao município que ajude o hospital com recursos humanos.
“Como o Regional é uma unidade estadual, a Prefeitura de Campo Grande não o ajuda financeiramente, é o governo que banca praticamente todos os recursos para o funcionamento. E o município só não teve mais dificuldades para lidar com a pandemia porque o Regional ampliou a quantidade de leitos de UTI, chegando a 118. Estamos pedindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem. É uma forma de compensar”, afirmou.
Rosana revelou que esteve reunida com o titular da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) na manhã de ontem e foi formalizado o pedido de 15 médicos para ajudar na demanda.
A chamada para que os profissionais se voluntariem saiu ontem no Diário Oficial.
“Essa ajuda deve durar pelo menos até fazermos nossos contratos emergenciais e chamarmos mais médicos para trabalharem no Regional. No fim de semana foi bem caótico. A nossa maior perda foi em pronto-socorro, onde temos um plantonista para cada 12 horas, sendo cinco por turno”, afirmou Rosana.
Além dessa pauta, a direção do HRMS também acertou o começo da vacinação para os residentes do próprio hospital, que iniciaram ontem o ano letivo. São 53 profissionais (entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros) que devem receber a primeira dose na quarta-feira.
Outra questão que a diretora do Regional tratou com a Sesau foi a cobrança das verbas do SUS para atender o custeio da unidade. O Ministério da Saúde ainda não fez o pagamento referente aos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) recém-habilitados.
INTERIOR
Segundo Resende, a macrorregião que mais oferece preocupação no momento é a de Dourados. O boletim epidemiológico afirma que a zona tem 90% de ocupação. Contudo, de acordo com o secretário, o dado leva em consideração leitos de Nova Andradina e de Naviraí que ainda estão disponíveis, porém, a cidade de Dourados beira o colapso.
“A prefeitura de Dourados ficou de dar uma resposta sobre a abertura de cinco leitos no hospital particular Santa Rita. No começo da pandemia eles chegaram a funcionar, mas agora estão parados. Precisamos recontratá-los”, completou.
Fonte: Correio do Estado