PREFEITA entra na Justiça contra o aumento do próprio salário. Adriane Lopes (PP)

Apesar de receber um reajuste de 96% e tornar-se a prefeita mais bem paga das capitais brasileiras Adriane Lopes (PP) (Campo Grande) anunciou que entrará na justiça contra a Lei Municipal nº 7005/2023 que aumenta o salário para R$ 41.845,62 a partir de fevereiro de 2025. A iniciativa também é um  excelente movimento de marketing político positivo da gestora reeleita em 2024 para mais 4 anos á frente do Pode Executivo da Capital.

Em nota divulgada no sábado (4), Lopes afirmou ser contrária ao aumento e que pretende doar o valor excedente a instituições sociais caso não consiga reverter a decisão judicialmente. “Estou aqui por um projeto, vim aqui por uma missão, eu não vim para esta cadeira por salário. Eu sou contra o aumento de meu subsídio”, declarou.

A lei, aprovada por 26 votos a dois na Câmara Municipal, reajusta também os salários do vice-prefeito e secretários municipais. A justificativa dos vereadores favoráveis à medida foi a correção de distorções salariais e a necessidade de evitar perdas para 408 servidores municipais, cujas remunerações estão vinculadas ao teto do prefeito.

Lopes alega que, desde o início, se posicionou contra o aumento e que recorreu à Justiça para que o benefício fosse restrito ao funcionalismo, especialmente aos servidores sem reajuste há mais de 10 anos. “Que fique bem claro que esse projeto não é meu. Esse projeto saiu da Câmara Municipal, e eu fui contra porque não é momento de aumento do meu salário”, afirmou.

A prefeita ainda lembrou que o Tribunal de Contas considerou o aumento inconstitucional. “O Tribunal de Contas publicou que é inconstitucional, então o meu salário não vai aumentar”, declarou.

Apesar da polêmica, o reajuste em Campo Grande permanece abaixo do teto salarial do funcionalismo brasileiro, atrelado ao vencimento dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que será de R$ 46.366,19 a partir de fevereiro de 2025.