Economia
PRIVATIZAR A NUCLEBRAS? CALMA PAULO GUEDES.
Antes de mais nada é preciso deixar bem claro que somos
liberais e, portanto, totalmente favoráveis às privatizações.
Petrobrás, Eletrobrás, Correios pelo menos um dos bancos estatais
federais (Banco do Brasil ou CEF) e suas dezenas de subsidiárias
que nada mais são que cabides de empregos para afilhados
políticos.
Então temos que privatizar tudo? Sim tudo que não for
estratégico – mas energia nuclear é. Porque parte do know-how
acumulado pela Nuclebrás (NUCLEP) pode ter uso militar e ser
fundamental para defesa da nossa soberania. É assim em todo
mundo na Rússia, China, Indía, no Irã e no até no ultraliberal Israel
quando se fala de energia nuclear o controle é estatal. O Brasil,
hoje, ainda não fabrica armamento nuclear mas pode vir a fazê-lo
no futuro por vontade própria ou por força da conjuntura regional.
Ontem mesmo um diplomata russo declarou a CNN em Viena que
se não houvesse acordo com a OTAN referente à Ucrânia talvez
eles aumentassem sensivelmente a presença de tropas russas na
Venezuela, a China já tem uma base militar na Patagônia, extremo
sul da Argentina. Nesse momento que grandes potências começam
se avizinhar do Brasil de forma hostil, ignorando tratados da OEA
(Organização dos Estados Americanos), uma ogiva nuclear tem um
poder de dissuasão imenso.
NUCLEBRÁS TEM SUPERAVIT RECORDE!
Outro forte apelo para privatizações são os sucessivos déficits
anuais que pesam no orçamento da União – algo recorrente nos
Correios e na Eletrobrás apesar de ambas terem o monopólio em
suas áreas. Porém a Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP)
novamente aqui é exceção – a estatal encerrou suas atividades
orçamentárias no ano de 2021 com R$ 7,2 milhões em caixa. O
faturamento da companhia no ano foi de R$ 37,8 milhões com um
viés de superávit, pela primeira vez na história da NUCLEP, de
cerca de R$ 105 mil.
“Mesmo com os desafios impostos pela pandemia em 2021, o
resultado orçamentário deixou evidente o esforço dessa gestão e
de todos por uma NUCLEP em ascensão”, disse o Gerente Geral
de Planejamento e Finanças, Genildo Rodrigues de Araújo.
O executivo disse ainda que todas as despesas e investimentos da
companhia foram executados, conforme planejamento.
“Encerramos a execução junto ao Ministério de Minas e
Energia ratificando a integração e sinergia de todos os setores
da Nuclep por um 2022 ainda mais bem sucedido”, finalizou.
O presidente da NUCLEP, Carlos Seixas, também se
mostrou otimista em relação a este novo ano em termos de
negócios. “As perspectivas para 2022, no meu entendimento, são
excelentes. Continuamos a fabricar para o Programa de
Submarinos da Marinha, a seção chamada de BLOCO 40, para
o protótipo do primeiro Submarino de Propulsão Nuclear do
Brasil (SN-BR)”, disse. “Como única empresa nacional
capacitada a fabricação e manutenção de equipamentos
nucleares no Brasil, temos uma perspectiva atraente e robusta,
de assinarmos dois contratos muito importantes para a
Eletronuclear”, finalizou o contra-almirante Seixas.
Eduardo Negrão jornalista.