Produção de tilápias dispara e impulsiona expansão da piscicultura

HomeNotícias Produção de tilápias dispara e impulsiona expansão da piscicultura Escrito por Thiago Pereira 13 de abril de 2025 – 09h06 Atualizado em 13 de abril de 2025 – 09h07 Foto: Jefferson Christofoletti Maior crescimento da década eleva produção a 662 mil toneladas de tilápias; espécie já representa mais de dois terços da piscicultura brasileira. A produção de tilápia no Brasil atingiu em 2024 o maior patamar da história: 662.230 toneladas, número que representa um salto de 14,36% em relação a 2023 e consagra a tilápia como a principal espécie da aquicultura nacional, com 68,36% de participação no total de peixes cultivados. Os dados são do Anuário Peixe BR da Piscicultura 2025, publicado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Esse crescimento impulsionou o avanço geral da piscicultura, que cresceu 9,2% no ano, totalizando 968.745 toneladas de peixes cultivados — o maior volume registrado nos últimos 10 anos.

Tilápia avança sem parar: produção mais que dobrou em uma década O gráfico abaixo mostra a evolução da produção de tilápia no Brasil entre 2015 e 2024:

Em dez anos, a produção da espécie mais que dobrou, saindo de 285 mil toneladas em 2015 para mais de 662 mil em 2024. O avanço reflete maior consumo interno, investimentos em genética e manejo, e crescimento das exportações. O presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, afirma:

Exportações batem recorde e EUA lideram compras A valorização da tilápia no mercado externo também contribuiu para esse desempenho. Em 2024, as exportações brasileiras de peixes de cultivo subiram 102% em volume e 138% em valor, chegando a 13,7 mil toneladas e US$ 59 milhões. Desse total, US$ 52,2 milhões vieram dos Estados Unidos, que compraram principalmente filés frescos e peixes inteiros congelados​.

Com esse resultado, o Brasil passou da 8ª para a 4ª posição entre os maiores fornecedores de tilápia aos EUA, assumindo ainda o 2º lugar no segmento de filés frescos, atrás apenas da Colômbia​. A suspensão da exigência do Certificado Sanitário Internacional (GSI) pelos norte-americanos foi decisiva para esse avanço, tornando o pescado brasileiro mais competitivo

Destaques regionais: Mato Grosso do Sul e Minas Gerais se consolidam A produção de tilápia cresceu em quase todas as regiões brasileiras, com destaque para: Mato Grosso do Sul: +18,77% (total de 40.500 toneladas, sendo 38.400 t de tilápia)​Minas Gerais: +18,18% (total de 72.800 toneladas, com 68.700 t de tilápia)​Paraná: líder nacional, com 250.315 toneladas totais, sendo 245.115 t de tilápia​Peixes nativos e outras espécies Enquanto a tilápia avança, a produção de peixes nativos como tambaqui e pacu recuou 1,81%, fechando 2024 com 258.705 toneladas, o que representa 26,71% da piscicultura nacional. A menor oferta, no entanto, ajudou a sustentar preços pagos ao produtor​.

Já o grupo de outras espécies — como carpas, trutas e o emergente pangasius — apresentou crescimento de 7,5%, com produção de 47.810 toneladas, equivalente a 4,93% do total nacional​. Expectativas para 2025 Para o setor, 2025 deve trazer novos avanços regulatórios, como a tramitação do Projeto de Lei 4.470/2024, que busca simplificar o licenciamento e reconhecer a aquicultura como atividade distinta da pesca. A expectativa também é de nova alta nas exportações, com foco na reabertura do mercado europeu.

“Temos todas as condições de ampliar ainda mais a produção e conquistar novos mercados. A tilápia é, sem dúvida, a proteína animal que mais cresceu na última década”, conclui Francisco Medeiros.

Com mercado interno aquecido, exportações em expansão e produtividade recorde, a piscicultura brasileira avança para se consolidar como um dos pilares do agronegócio nacional.

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