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Política

Opinião: do Dahma ao xadrez, da cela 17 para o palanque de Puccinelli, Giroto está de volta à política

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O ex-secretário de obras do governo André Puccinelli (MDB), Edson Giroto (Solidariedade), que foi candidato a prefeito em 2012, está de volta à política.

Em foto registrada em Aquidauana, nesta quinta-feira, 14, o ex-secretário de obras, aparece sorrindo, de braços dados com os amigos.

Giroto é apontado como um dos líderes de uma organização criminosa que atuou por quase duas décadas em Mato Grosso do Sul. Quando deflagrada pela primeira vez, em 2014, a Operação Lama Asfáltica chacoalhou as estruturas de MS, deixou políticos em alerta e prometeu declarar o fim da carreira política do ex-governador André Puccinelli, que a essa altura se considerava um intocável, por uma série de campanhas vitoriosas. Puccinelli foi prefeito de Campo Grande por 8 anos e governador do Estado por 8 anos. 16 anos no poder.

Anos depois, as investigações esfriaram, os processos correm a passos de tartarugas e a quadrilha apontada pela Polícia Federal (PF) aposta na memória curta do eleitor. Só assim para explicar a presença do ex-secretário de obras, Edson Giroto, de volta pra política. Giroto tem trabalhado na coordenação da pré-campanha do ex-governador André Puccinelli (MDB).

Na eleição passada, Puccinelli lançou pré-candidatura e depois deixou o MDB em apuros porque estava proibido judicialmente de concorrer. À época, 2018, a candidatura do MDB caiu nas mãos de Simone Tebet, que desistiu no último minuto, obrigando o ex-deputado estadual Junior Mochi (MDB) a sair candidato majoritário e abandonar uma carreira promissora no Legislativo.

O mesmo caminho percorre Giroto, que até outro dia abandonava a mansão no residencial Dahma, em Campo Grande, para passar uma grande temporada na cela 17, famosa por abrigar políticos poderosos de todo Mato Grosso do Sul. Da Lama Asfáltica, o ex-secretário de Obras parecia ser o único que pagaria por seus crimes, mas até ele já está livre, leve e solto.

Através de intensa investigação, com grampos em telefones, escutas e observação à distância, a PF parecia ter revelado um dos maiores esquemas de corrupção que o Estado já viu. Inúmeras obras superfaturadas, direcionamento de licitações, tudo corroborado através de depoimentos de testemunhas e acordo de delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS.

Isso garantiu a Giroto várias temporadas na prisão. A primeira visita foi em junho 2016, quando a investigação ainda alvoroçava a população. Depois voltou diversas vezes, até ser enviado para a prisão domiciliar em 2020, no auge da pandemia da covid-19. Desde então, foram apenas vitórias.

O jogo de damas virou xadrez e as peças estão nas mãos do ex-secretário de Obras, que em dezembro de 2021 conseguiu a anulação dos processos no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. A decisão considerou o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, parcial, concordando com a defesa do político de que o magistrado atuou com “excessivo rigor” e em sintonia com a acusação.

Os anos de prisão viraram pó e Giroto está de novo nos palanques. Pode não ser candidato como Puccinelli, mas foi visto fazendo pré-campanha para o diretor do curso de Medicina da Universidade Central do Paraguai (UCP), o pré-candidato a deputado federal, Karlos Bernardo.

Em foto registrada em Aquidauana, nesta quinta-feira, 14, o ex-secretário de obras, aparece sorrindo, de braços dados com os amigos.

Fonte: O Contribuinte

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