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Brasil

Para cursar medicina, Karen estudou muito, conquistou bolsa integral e agora vende rifa para chegar lá

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Karen sonhou com Medicina desde criança e agora com 32 anos a aprovação veio

O foco de Karen é admirável. E nem mesmo a dor de perder quem ama a afastou do sonho de ser médica. “Não é por status, ou dinheiro e sim por acreditar”, conta ela que era bolsista em escola particular e sua mãe era inspetora lá, o fato de ser aluna de classe econômica inferior fez com que ela sofresse bullyng, fazendo com que ela se refugiasse nos estudos.
“Desde muito cedo fui questionadora, e sempre gostei muito de cuidar de outras pessoas. Sempre quis Medicina. Mas mesmo sendo estudiosa, esse ambiente em que os colegas só me deixavam ‘pra baixo’ me tornou uma pessoa insegura, com baixa auto estima (ainda hoje sofro muito com isso), ”disse ela.
Quando saiu do ensino médio decidiu não investir em seu sonho de medicina e cursar química.
“Eu, muito além de me frustrar, decepcionaria meus pais e meus professores, que no inferno que eu vivia, eram as pessoas que me acolhiam. Então decidi prestar para Química (bacharelado). Passei em 3° lugar na UFMS, na época. Cursei os 4 anos, e da turma de 25 que entrou, fui uma das 4 que se formou, com nota máxima no TCC. Mas no último ano descobri a paixão pelo ensinar, que acho que tem muito a ver com o instinto do cuidar”, ressaltou Karen.
Com o decorrer dos anos lecionou, passou em concurso na IAGRO, mas não se sentia feliz.
“Frustrada com a minha profissão, sem renda, sem perspectiva. Mas eu já sabia onde ir… Conversei com meu marido, expliquei tudo pra ele. Contei o que eu sentia, coisa que nunca tinha feito. Falei do medo, do sonho, do tempo. Ele só falou “Estuda. Estuda e passa. Você sempre correu atrás de TUDO o que quis, e não vai abrir mão de nada mais”.”
“E eu estudei, na verdade ainda estudo rsrs, de madrugada, quando dava, depois que as crianças iam dormir. Lucca tem 5 anos e a Anna Lua tem 2 anos, então preciso dar atenção a eles quando eles estão acordados.
Durantes esses dias de estudos, Karen recebeu muito apoio de suas “anjas da guarda” da Aldeia que presentearam com livros, apostilas, trouxeram almoço nos dias em que ela estava com Covid, estudando e seu marido estava internado (dias antes da internação de seu pai), compraram rifa, fizeram vaquinha, se dispuseram a ficar com as crianças.

A prova estava agendada para o dia 06/12, porém dias antes seu pai foi internado na UTI por conta da COVID-19 e Karen não queria mais ir realizar a prova.
“Mas minha mãe disse ‘Karen, esse sonho não é só seu. Esse sonho é DE VOCÊS! Você sabe o quanto seu pai também sonha com isso! E ele vai ficar bem chateado quando acordar se você tiver perdido a prova!’”, disse Karen.
Karen foi fazer a prova e saiu o resultado tão esperado.
“Eu fiquei feliz, MUITO feliz, mas não consegui comemorar. Meu pai não pôde ver isso. E isso dói. Mas ele deve estar me vendo, lá do céu, junto com meu irmão que também faleceu em 2020, de um AVC.Estou agora organizando documentos. Vou reativar minha rifa pra comprar as passagens de ônibus pra ir me matricular. Será dia 20/01 a matrícula. Eu vou, preciso ir. Por mim, pelo meu pai, pelos meus filhos, por tanta gente que não tem médicos que realmente queiram exercer por amor e não por dinheiro (e vêem a Medicina como ‘business’, como ‘fábrica’).NÓS vamos, eu e minha família. Pelo sonho, pela vocação e por amor”.
Hoje Karen posta em seu instagram @karenparoniratier sobre sua trajetória para incentivar outras pessoas a não desistirem de seus sonhos.
“Um ex-aluno me escreveu uma coisa muito legal, que é que não existe idade certa pra realizar nossos sonhos”, finaliza Karen.
E nós não temos dúvida que ela vai conseguir.
Ah, quer ajudar a Karen? Tem uma rifa rolando e todos podem participar.

FONTE: A ONÇA

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