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Saúde

Psicólogo fala sobre saúde mental após o diagnóstico de uma patologia

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Ao receber o diagnóstico de uma doença, seja ela qual for, é comum que a saúde física e mental do indivíduo sejam impactadas. Com as alterações no organismo trazidas pela patologia, os efeitos do tratamento e a mudança de hábitos necessária, não só a resistência corpórea da pessoa é afetada, como também a sua mente fica vulnerável.

O psicólogo Ricardo Takaki afirma que é necessário ter atenção para os aspectos emocionais de uma pessoa adoecida. “Qualquer diagnóstico que traga uma patologia de impacto para o sistema fisiológico de uma pessoa gera uma mudança de curso da sua rotina, na maneira em que ela olha para si e se entende como pessoa. Então, inicia-se uma rotina de tratamentos e exames que antes ela não tinha, traz uma mudança de hábitos e, automaticamente, interfere no estado mental”.

De acordo com Takaki, a humanização da equipe profissional que atende ao indivíduo adoecido é fundamental para diminuir os impactos emocionais do tratamento. “Provavelmente, aquela pessoa precisará se conhecer de novo, em uma nova ótica, entender o que acontece com o seu corpo. Neste sentido, os profissionais de saúde podem contribuir com o acolhimento e ajudar o paciente a compreender o seu quadro de saúde”.

O psicólogo explica que isso pode mudar a sua percepção de autoimagem. “Com essa situação, podem surgir sentimentos de frustração, raiva e tristeza. A pessoa pode se culpar por coisas que tenham acontecido antes do diagnóstico, mas esse pensamento não contribui em nada para a melhora do quadro de saúde. Então, ao se olhar no espelho, é possível que ela sinta-se desconfortável e, a longo prazo, isso prejudique a sua autoestima”.

Ricardo continua explicando que a doença por si só não prejudica a autoestima da pessoa, mas uma série de fatores que, juntos, causam alterações na saúde mental. “Ao abordar a autoestima, falamos de como o indivíduo se percebe internamente, a crença nas suas próprias capacidades. Logo, a maneira como a patologia vai afetar depende, diretamente, de como aquele paciente já é, de toda a bagagem que ele traz consigo”.

De acordo com o psicólogo, em períodos de dificuldade, é importante que o indivíduo pratique o que é chamado de autocompaixão. “Às vezes, vemos a autoestima como algo pronto, simples e que todos deveriam ter. No entanto, também é preciso que a pessoa acolha a dor e o sofrimento para, a longo prazo, ressignificar e superar aquele quadro”.

Para vivenciar um quadro de saúde vulnerável e o tratamento, Takaki salienta a importância de uma boa rede de apoio. “Todos precisam ter um grupo a quem recorrer. Nós precisamos nos relacionar afetivamente com pessoas, isso nos traz sensações de sobrevivência, de força e de pertencimento. Sentimos que aquelas pessoas nos darão suporte quando precisarmos, da mesma forma que podemos fazer isso pelos outros. Precisamos pensar nisso, especialmente, quando falamos de família. Se os familiares estão próximos, unidos, olhando para o indivíduo como alguém completo e não com piedade, isso vai contribuir para o fortalecimento de quem ela já é”.

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