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EUA devem formalizar apoio à entrada do Brasil na OCDE

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BRASÍLIA – Após meses de incertezas, os Estados Unidos resolveram se posicionar de forma mais firme em torno da candidatura brasileira a membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os EUA deverão apresentar o Brasil como sua prioridade para fazer parte do organismo, durante reunião do conselho da OCDE . A informação foi antecipada pelo colunista da revista Época Hussein Kalout, cientista político e professor da Universidade Harvard.

Washington encaminhou uma carta à OCDE dizendo que quer que o Brasil se torne o próximo país a entrar para o organismo. Isso significa que a situação mudou e, agora, o Brasil passou na frente da Argentina e da Romênia na lista preferencial dos EUA. Segundo uma fonte, o governo americano já informou sua decisão ao Brasil.

“O governo brasileiro está trabalhando para alinhar as suas políticas econômicas aos padrões da OCDE, enquanto prioriza a adesão à organização para reforçar as suas reformas políticas”, diz um trecho da carta.

Na nota do Departamento de Estado americano, é lembrado o compromisso do presidente Donald Trump, durante uma visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington em março de 2019, de apoiar o Brasil. Segundo as autoridades americanas, a promessa está sendo cumprida.

“Nossa decisão de priorizar a candidatura do Brasil agora como o próximo país a iniciar o processo é uma evolução natural de nosso compromisso, reafirmado pelo secretário de Estado [Mike Pompeo] e pelo presidente Trump em outubro de 2019”.

No entanto, em outubro do ano passado, o próprio Departamento de Estado americano defendeu formalmente o ingresso da Argentina e da Romênia como membros da OCDE, em uma carta enviada ao organismo. O Brasil ficou de fora na ocasião.

A priorização do Brasil pode ter sido ajudada pelo fato de o novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, ainda não ter deixado claro o que fará em relação à OCDE. Essa definição, acredita um técnico, acabou contribuindo para que os brasileiros “furassem a fila”.

Em sua coluna publicada ontem pela Época, o cientista político Hussein Kalout disse a medida teria como fim recompensar os brasileiros pelas diversas concessões feitas pelo Brasil, em uma verdadeira operação de marketing. O governo brasileiro tem sido alvo de críticas, devido a esse alinhamento com a Casa Branca de Trump.

Desde o ano passado, o Brasil se tornou um grande aliado dos EUA em diversas questões. Entre alguns exemplos, aumentou a cota de importação de trigo americano, declarou-se a favor do embargo a Cuba e, mais recentemente, divulgou uma nota se posicionando ao lado de Washington no assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, chefe da Força Quds, da Guarda Revolucionária do país.

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