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“Visões diferentes impediram prevenção de queimadas”, diz Salles

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“Posturas de governos locais acabaram por dificultar trabalho preventivo no Pantanal”, esclarece ministro do Meio Ambiente

Em entrevista exclusiva ao BSM concedida nesta quarta-feira (16), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o governo federal foi impedido pelos governos dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, de realizar trabalho preventivo no Pantanal. Os estados são comandados por Mauro Mendes (DEM) e Reinaldo Azambuja (PSDB), respectivamente. De acordo com o ministro, o acúmulo de matéria orgânica colabora para o aumento dos focos de incêndio.

Segundo Salles, o trabalho preventivo no Pantanal se dá por meio dos aceiros (abertura de vegetação para impedir incêndios), realizadas pelas equipes do ICMBio e o uso preventivo do fogo, conhecido como “fogo frio”

“Apesar de o governo federal ter feito trabalho preventivo nas áreas do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), nos estados, principalmente no Mato Grosso, mais do que no MT do Sul, por questão ideológica, o governo do estado não permitiu que fizéssemos uso do ‘fogo frio’ nestes últimos dois anos. Quando você não faz uso do fogo frio, acumula muita matéria orgânica, como galhos, folhas e capim seco. Quando há incêndio, o fogo é em um volume que ninguém consegue controlar”, explicou o ministro.

O manejo da vegetação do Pantanal se dá com o pastoreio da vegetação nativa realizado por meio de roçadas e queimadas controladas ao final do período chuvoso. Quando tal trabalho não é realizado, o material orgânico se acumula e gera combustível em caso de incêndios

Além do trabalho de prevenção, Salles enfatizou que, por meio de sua pasta, o governo federal mais que dobrou o número de brigadistas para atuarem nos incêndios, passando de 1.400 para 3 mil profissionais. Também providenciou 10 aviões Air Tractor, responsáveis por despejar água nas queimadas. Além disso, o governo colocou à disposição 150 viaturas para conduzir os brigadistas aos focos de incêndios.

O governo federal tem tido dificuldade também no combate às queimadas. Isso porque municípios e estados têm impedido o uso do chamado “retardante de fogo”, que é um produto químico semelhante a um fertilizante e é colocado nos aviões de pulverização que despejam água. 

“A eficiência desse produto é de cinco vezes maior do que a água pura. Portanto, ao invés de ficar jogando água com o avião, a eficiência no combate às queimadas aumenta cinco vezes se utilizar o retardante de fogo. No entanto, por razões ideológicas, governos e ONGs têm impedido o uso, mesmo sendo um produto utilizado pelos EUA, Japão, Canadá e Europa. Só no Brasil que há esse impedimento”, pontuou o ministro.

Segundo Salles, há uma previsão interna do setor meteorológico de redução dos incêndios no Pantanal na segunda semana de outubro, por conta do início do período de chuvas. “Mas isso é uma previsão do setor de meteorologia do Mato Grosso, não tenho como fazer essa previsão. Nós estamos combatendo como podemos”, afirmou Salles. 


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FONTE: https://brasilsemmedo.com/

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